Gasogênio em Porto Alegre

O combustível gasogênio surgiu no Brasil durante a crise do petróleo, decorrente da II Guerra Mundial (1939 – 1945). O racionamento de gasolina, imposto pelo governo brasileiro, obrigou muitos motoristas a buscar essa alternativa de combustível. 

O motor específico para gasogênio funcionava com gases obtidos pela queima do carvão ou da lenha. Era preciso adaptar o automóvel para o uso desse combustível, que requeria um equipamento acoplado na traseira dos veículos. 
Acabou se tornando, na época, a única opção de combustível para muitos veículos de passeio particulares, e seu uso era incentivado pelo governo. De 1942 a 1944, apesar da recessão ocasionada pela II Guerra, a Ford Brasil prosseguiu com a montagem de carros em pequena escala, adaptando-se ao sistema de gasogênio. 
O racionamento de gasolina não impediu que amantes do automobilismo pudessem seguir participando e vencendo provas. O piloto Norberto Jung, por exemplo, em julho de 1943, classificou-se em quarto lugar na primeira corrida de carros com motores a gasogênio, disputada no Circuito do Cristal, organizado pelo Touring Club e pelo jornal local Folha da Tarde, em Porto Alegre. Na segunda prova com carros a gasogênio, disputada em setembro de 1944, o piloto obteve o segundo lugar. O gasogênio foi usado até o final da guerra e do racionamento de petróleo. Nos dias atuais, não vem sendo usado, por apresentar inconvenientes como baixo poder calorífico e alta porcentagem de poluição – além do fato de que, para ser produzido, são necessários equipamentos de grande porte, que não seriam bem aceitos nos dias atuais. (Colaboraram Eliane Heuser e Roberto Ertel)

Usado durante a II guerra, o combustível gasogênio requeria o uso de volumosos equipamentos acoplados aos veículos, como se vê nas fotos feitas em Porto Alegre, nos bairros Petrópolis (acima) e Ipanema (abaixo)

FONTE: Jornal Zero Hora, de 18;08/2012