O mercenário que pintou Porto Alegre

Porto Alegre vista das janelas da Santa Casa pelo pintor Herrmann Rudolf Wendroth, em 1852. 
Wendroth mercenário e artista plástico alemão veio para o Brasil em 1851. Contratado para lutar na Guerra contra Rosas, integrou a Legião Alemã que serviu no sul, cujos integrantes eram conhecidos pela alcunha de brummers, os “resmungadores”.

O mercenário alemão Herrmann Rudolf Wendroth, que esteve em Porto Alegre sete anos depois de finda a Guerra dos Farrapos (1835-1845), deixou fixadas em aquarelas algumas das paisagens daquela Porto Alegre que não tinha mais que 25 mil habitantes e que resistira com sucesso a três cercos farroupilhas. Das janelas da Santa Casa, que então era um dos edifícios mais imponentes da vila, ele pintou a paisagem abaixo.

Porto Alegre em 1852

No primeiro plano está o que hoje é o início da Avenida João Pessoa, na frente do que era um dos principais quartéis de Porto Alegre (o do Oitavo Batalhão), junto à Praça do Portão.
Wendroth, de cuja biografia pouco se sabe, veio ao Brasil em 1851 entre as tropas contratadas pelo governo imperial destinadas a combater o ditador argentino Juan Manoel Rosas. Depois de um ano, durante o qual havia se envolvido em farras e brigas em Pelotas, onde ficou preso, o pintor chegou a Porto Alegre e, depois, foi ao interior da Província inclusive na busca de ouro em Lavras. Esteve também em Torres e em Rio Pardo. Morreu por volta de 1860, não se sabendo se foi em Porto Alegre ou Buenos Aires. Deixou uma coleção de aquarelas que acabou sendo presenteada ao imperador Dom Pedro II.

O antigo Palácio do Governo, que precedeu o Palácio Piratini, ao lado da antiga Matriz. Aquarela de Herrmann Wendroth, 1852

FONTES: Jornal Zero Hora, de 12 de agosto de 2010 e https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/Wendroth08.jpg